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Foi para o espaço: brasileira que dizia ser futura astronauta é desmentida por universidades e pela NASA

Houston, temos um problema

13 Jun 2025 às 05:39
João Paes l IGN Brasil

Ser um astronauta não é uma coisa fácil. Afinal, dos mais de 117 bilhões de seres humanos que já viveram na Terra, apenas 682 pessoas já foram para o espaço. Ok, você pode considerar voos comerciais como o que levou a cantora Katy Perry para a órbita, aí esse número sobe para 721, que ainda é uma pequena fração de seres humanos. O Brasil, que já teve mais de 300 milhões de pessoas, só teve um astronauta. Essa história parecia estar prestes a mudar, mas as coisas ficaram esquisitas.


A brasileira Laysa Peixoto, de 22 anos, ficou em evidência após, na última semana após, postar em suas redes sociais que foi selecionada para "se tornar astronauta de carreira" para atuar em voos espaciais. Ela chegou a dizer que era "oficialmente astronauta da turma de 2025" e que participaria em 2029 de um suposto voo inaugural da Titans Space, uma empresa que pretende ter voos comerciais tripulados para a órbita terrestre.

No entanto, o G1 descobriu que a Titans Space não possui licença do órgão norte-americano responsável por este tipo de voo e, no fim, as credenciais de Laysa Peixoto também não batem com os registros de onde ela diz ter estudado.

Não (de)colou

Quais as credenciais que Layssa Peixoto disse ter? A suposta astronauta brasileira diz que terminou o treinamento de astronauta pela NASA, agência espacial norte-americana. Além disso, ela também alega ser estudante da UFMG e, em uma rede social, afirma fazer mestrado em Aplicação de Computação e Física Quântica na Universidade Columbia, em Nova York.

O G1 entrou em contato com as entidades e obteve as seguintes respostas:

  • A NASA negou que Laysa tenha recebido treinamento para ser astronauta e afirmou que ela não está entre o grupo em processo de formação.
  • Segundo a agência, a formação para astronauta depende do título de mestre em cursos de tecnologia ou áreas afins em exatas, ao menos dois anos de experiência e 1.000 horas de trabalho cumpridas como piloto.
  • A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde Laysa afirmou ter vínculo em 2022, disse ao G1 que jovem foi desligada da instituição após deixar de se matricular para o segundo período letivo de 2023 do curso de física.
  • A Universidade Columbia, em Nova York, informou não ter localizado nenhum registro com o nome da brasileira em cursos da instituição.

Por fim, a Titans Space afirmou ao G1 que Laysa foi selecionada para viagem espacial. Mas ela não consta entre os listados no site da empresa como membro da suposta equipe técnica de astronautas anunciados na missão para 2029. A empresa vende pacotes de viagens para "turistas espaciais" com valor a partir de US$ 1 milhão. Só que, para piorar, a istração Federal da Aviação (FAA, em inglês), que regula o transporte aéreo e espacial dos EUA, disse ao G1 que a Titans Space não tem autorização para voos espaciais.

Laysa Peixoto respondeu à reportagem dizendo que tudo seria esclarecido por sua assessoria, mas a assessoria disse ainda estar "reunindo informações que serão divulgadas em breve".

Atualização 12 de junho:

A assessoria de Laysa Peixoto entrou em contato com o G1, mas não necessariamente respondeu as principais questões levantadas pela reportagem:

Diz o G1: "A assessoria enviou uma nota sem responder às perguntas sobre o voo espacial mencionado por Laysa ou sobre o curso de pós-graduação na Universidade Columbia. O texto, que confirma a saída de Laysa da UFMG e diz que ela se matriculou na Manhattan College, contém um currículo escolar da jovem".

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Ainda segundo a nota enviada, "Laysa participou de um curso da Nasa voltado a jovens estudantes e profissionais da área, onde liderou equipes dentro do programa". Também é dito que "ela nunca afirmou que trabalhava para a NASA". Sobre a Titans Space, é dito que "ela foi selecionada para ser astronauta de carreira da Titans Space e que seu nome não aparece no site oficial porque a página estaria desatualizada" — não há nenhum comentário sobre o fato da empresa não ter autorização para este tipo de atuação.

Por fim, Laysa desativou sua conta no LinkedIn, rede social profissional onde a maior parte das informações incorretas apareciam.

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